O Prêmio Pierre Verger 2024, promovido pela Associação Brasileira de Antropologia (ABA), reconheceu diversas produções audiovisuais de destaque na pesquisa antropológica e etnográfica. Na categoria Filme Etnográfico os filmes comtemplados são apresentados abaixo.

Longa-metragem
Ricardo Aleixo: Afro-Atlântico
Rodrigo Lopes de Barros, 2023, 60’
Ficha técnica
Direção: Rodrigo Lopes de Barros
Produção: Guilherme Trielli Ribeiro, Rodrigo Lopes de Barros
Música: João Pedro G. D. Spinelli, Rodrigo Lopes de Barros
Performance & Poesia: Ricardo Aleixo
Performance em Boston ("Um Ano Entre os Humanos & "Meu Negro"), Apresentando: Natália Alves da Silva
Produtora: Anaforuana Filmes
Ricardo Aleixo é um poeta e performer intermídia brasileiro. O filme segue o artista pelas cidades de Boston, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, onde ele vocaliza poemas, interage com o ambiente e dá depoimentos sobre seus processos criativos e sua condição: periférica, negra e de visão monocular. O filme se utiliza de vários meios para traduzir a obra poética e o pensamento de Aleixo, como a manipulação de vídeo e o Super 8 analógico, criando um espaço em que a literatura e o cinema estão em constante diálogo, tensão e superação de seus limites.
Sinopse

Black Rio! Black Power!
Emílio Domingos, 2023, 75’
Ficha técnica
Direção, Roteiro e Pesquisa: Emílio Domingos
Produção: Leticia Monte, Lula Buarque de Hollanda
Produtor Associado: Dom Filó, Emílio Domingos, Cultne
Montagem: Yan Motta
Direção de Fotografia: Léo Bittencourt, Rita Albano, Dafb
Com: Dom Filó, Agenor Neto, Carlos Dafé, Carlos Alberto Medeiros, DJ Nenném, José
Reinaldo Marques, Marquinhos de Oswaldo Cruz, Nea Souza, Rômulo Costa, Salvador
Gomes, Virgilaine Dutra
Os bailes de soul music, que deram origem ao movimento Black Rio, eram espaços de
afirmação e resistência política do jovem negro do Rio de Janeiro nos anos 70. A partir
das trajetórias de Dom Filó e da equipe de Soul Grand Prix o filme apresenta a
importância da cena musical na luta por justiça racial durante a ditadura brasileira, sua
influência no hip hop e funk, e o impacto nas novas gerações.

Sinopse
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Direção: Yeimy Araque Contreras
Pesquisa e realização: Yeimy Araque Contreras
Este documental fue realizado en el año 2022 con los fondos de la Beca de Creación en Antropología Visual Nina S. de Friedemann, otorgada por el ICANH-Instituto Colombiano de Antropología e Historia. La etnografía y la realización audiovisual fueron hechas por Yeimy Araque.
Cantos de Jaguar
Yeimy Araque Contreras, 2022, 43’
Ficha técnica

Sinopse
Cantos de Jaguar es un documental etnográfico que nos introduce en la cosmología del pueblo indígena Waorani por medio de su canto y su mundo sonoro ancestral. Partiendo del jaguar como ser mítico fundamental de este pueblo que habita en la Amazonia ecuatoriana, esta película presenta el canto como huella viva de los ancestros, transmisor de conocimiento en los quehaceres cotidianos, medio de comunicación entre humanos y no humanos, y herramienta de denuncia frente a las prácticas colonizadoras occidentales. Este documental nos acerca a habilidades, sensibilidades y conocimientos particulares; en una existencia compartida con los diversos seres que constituyen el mundo Waorani.
Média-metragem
Uma Mulher Comum
Debora Diniz, 2023, 20’
Ficha técnica
Direção: Debora Diniz
Escrito por: Debora Diniz e Nina Galanternick
Pesquisa: Elizama Almeida
Edição: Nina Galanternick, Juliana Ludolf
Edição de som: Fernando Aranha

Sinopse
O que de um lado da fronteira é permitido, do outro pode levar à prisão. Scarleth é brasileira, casada e mãe de três filhos. Acompanhada da mãe, viaja à Argentina para um aborto legal e seguro. As duas mulheres se deparam com a coragem de gerações de argentinas em defesa da democracia e da vida.
Sinopse
Acervo ZUMVI - O Levante da Memória
Iris de Oliveira, 2020, 36’
Ficha técnica
Roteiro, Direção e Montagem: Iris de Oliveira
Pesquisa: Lázaro Roberto e José Carlos Ferreira
Direção de Fotografia: João Tatu
Som Direto: Gabriela Palha
O documentário apresenta a história do ZUMVI Arquivo Fotográfico, sua luta por preservação e a trajetória profissional do fotógrafo Lázaro Roberto, o "Lente Negra", um dos pioneiros da fotografia documental na Bahia. O acervo contém mais de 30 mil fotogramas - um precioso e pouco conhecido conjunto de registros de importantes e definidores momentos da história da luta por justiça social da população negra na Bahia reunidos desde a década de 70. A iniciativa é viabilizada por meio do Edital Setorial de Audiovisual 2019, com apoio financeiro do Governo do Estado, através do Fundo de Cultura, Secretaria da Fazenda, Fundação Cultural do Estado da Bahia e Secretaria de Cultura da Bahia.

Sou Moderno Sou Índio
Carlos Eduardo Magalhães, 2021, 13 episódios de 26 minutos
Ficha técnica
Direção: Carlos Eduardo Magalhães
Co-direção episódios 4,6,10 e 11: Priscila Tapajowara
Argumento: Dedê Maia, Carlos Eduardo Magalhães
Produção: Luana Korossy, Virginia Barbosa Gandres, Nina Lemos
Roteiros: Renata Machado Tupinambá, Inês Figueiró
Direção de Fotografia: Priscila Tapajowara, Wewito Pyako Ashaninka
Som Direto: Caio Tupã
Uma produção de Lente Viva Filmes.
A sociedade ocidental guarda uma visão estereotipada sobre os povos originários. A imagem pré-concebida e vigente nas rodas sociais e na maioria dos meios de comunicação é aquela que diz que para ser realmente índio é preciso andar nu, falar mim no lugar de eu, ser ingênuo e não ter acesso à tecnologia. Qualquer indígena saindo desse padrão é identificado como um que perdeu suas raízes. Mas ser indígena não é uma questão de cocar de pena, urucum e arco e flecha, algo aparente e evidente, mas sim uma questão de "estado de espírito". A série Sou moderno, Sou Índio propõe um contraponto a esse imaginário vigente. Longe das figuras míticas de selvagem, preguiçoso, indolente e desinteressado, os personagens que constroem o tecido dramatúrgico da série são altamente ligados à tecnologia e participantes ativos do cotidiano urbano das mais diferentes maneiras, ao mesmo tempo em que também são intimamente ligados a seus povos e sua cultura.
Sinopse

Menção honrosa

Jijet - Como estudamos nossos cantos
Hugo Prudente e Lia Malcher, 2023, 30’
Ficha técnica
Direção e Roteiro: Hugo Prudente e Lia Malcher
Pesquisa: Tekaru; Kubieuhu; Kwai, Kubie Jawaret, Hugo Prudente e
Lia Malcher.
Coordenação: Dominique Tilkin Gallois
Direção de Fotografia e Edição: Lia Malcher
Produção: Formiga de Fogo Filmes
Realização: Iepé - Instituto de Pesquisa e Formação Indígena; FPE-CPM/FUNAI - Frente de
Proteção Etnoambiental Cuminapanema; Tekohara Organização Zoé.
Apoio: Rainforest Foundation Norway; Nia Tero.
Sinopse
Tekaru é um jovem zo’é participando de uma pesquisa colaborativa. Ele gravou e transcreveu uma série de cantos e se dedica a estudá-los em diálogo com outros jovens e com o seu avô Kwa’i, explicando-os com cuidado a parceiros antropólogos. O filme acompanha esta pesquisa, que envolve gravação, transcrição e exegese. Aborda também uma etapa fundamental de estudo que acontece “dentro do peito”, quando se caminha sozinho pela mata. Enquanto estudamos é preciso lembrar: nunca se repete um canto.